Fênix: a história de um mito mais do que imortal



A fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança de a continuidade da vida após a morte, a reencarnação. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava. A impressão que a sua beleza e tristeza causavam em outros animais chegava a provocar a morte destes últimos.


Quase todas as culturas antigas tinham, de uma forma ou de outra, o simbolismo da Fénix: a ave que renasce das suas próprias cinzas, regenerando-se sempre depois da sua própria morte. A metáfora mais conhecida vem da Mitologia Grega, que fala da Fénix como uma ave lendária, mas também para os egípcios e para os chineses existia este simbolismo, muito forte, com uma mensagem determinante: a esperança nunca acaba, podemos sempre refazer-nos, mesmo dos destroços das nossas "cinzas", figurativamente falando, claro está.



Segundo a lenda, apenas uma fênix poderia viver de cada vez em uma região, pois era a rainha de todos os animais para os habitantes da Europa e do Oriente Médio, apesar de ninguém nunca tê-la visto, somente reinando em boatos.

Hesíodo, poeta grego do século oitavo antes de Cristo, afirmou que esta ave vivia nove vezes o tempo de existência do corvo, que já tem uma vida longa; portanto, uma fênix viveria, em média, 500 anos. Outros cálculos de contemporâneos de Hesíodo apontam que essa ave especial vivia por até 97 mil anos, entre uma ressurreição e outra.

Diz a lenda que quando a ave sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de árvore de canela, em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas de aroma agradável erguia-se, então, uma nova fênix que colocava piedosamente os restos da anterior em um ovo de mirra e voava com ele rumo à cidade egípcia de Heliópolis, onde o colocava no altar dedicado ao Sol.


No Oriente Médio, acreditava-se que a mirra e o incenso fossem restos mortais de fênix recolhidos em recantos dos oásis do deserto. Na Europa, dizia-se que essas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto. O tresloucado imperador romano Heliogábalo, por volta de 220 a.C., decidiu comer carne de fênix para conseguir a tão sonhada imortalidade. Seus serviçais serviram-lhe faisão, uma vez que, por questões mais do que óbvias, não encontraram uma fênix para ser caçada e cozida. O governante acreditou no que havia comido, mesmo assim foi assassinado dois anos mais tarde.

Atualmente, etnólogos e folcloristas acreditam que a lenda tenha surgido no Egito e adotada pelos sacerdotes adoradores do sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei e do faraó. Na cristandade primitiva, a fênix chegou a ser simbolizada como a ave de Jesus, por causa da Sua ressurreição no tempo de Páscoa.


Conta a lenda que existia, na Mitologia Grega, um pássaro de penas douradas, brilhantes e vermelhas-arroxeadas, com uma força tal que era capaz de transportar um elefante, embora ela própria não fosse maior do que uma águia. Podia transformar-se numa ave de fogo, e conta-se que quando morria entrava em auto-combustão: ardia ao ponto de toda ela ser um monte de cinzas, do qual se reeguia novamente uma ave fulgurante.

Porque vivia durante um período de quase mil anos, ao fim do qual ela morria para depois renascer, a Fénix tornou-se um importante símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual. Outros escritores gregos descreveram que ela vivia 500 anos. Existe um paralelismo entre a Fénix e o Sol, que todos os dias "morre" e que renasce em cada manhã seguinte.

A Mitologia Grega foi herdar este simbolismo de uma ave egípcia chamada Bennu. Hoje esta ave está extinta, mas nesse tempo assemelhava-se a uma garça e contava-se que, quando estava prestes a morrer, essa ave dirigia-se até à pira do deus Rá, ateando fogo ao seu ninho, deixando que as chamas a consumissem, e renascendo depois das próprias cinzas. Outras teorias defendem que este mito é originário do Oriente.


Curiosamente, o seu nome pode dever-se a um equívoco de Heródoto, historiador grego do quinto século antes de Cristo, considerado “o pai da história”. Na sua descrição da ave, ele pode tê-la erradamente designado por fênix (“phoenix”) a palmeira (“foienix”, em grego) sobre a qual a ave era nessa época habitualmente representada.






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